sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O que nos motiva a obedecer a Deus?

Tenho meditado nas últimas quatro semanas sobre a igreja de Atos, mais precisamente, a igreja dos primeiros seis anos, até o início da perseguição em Atos 8:1. Isso porque, desde meu último sermão postado aqui, "Um Chamado para Além dos Limites", tenho tido que justificar, biblicamente, algumas coisas que disse em relação à igreja de Atos ou a primeira igreja.

A questão levantada refere-se a minha afirmação de que: "a primeira igreja errou ao desviar-se do propósito do Senhor da Igreja que é Jesus Cristo", e
que, como consequência, a perseguição veio para que ela finalmente, cumprisse seu comissionamento de pregar o Evangelho para além dos muros de Jerusalém. 

Duas questões foram levantadas: Em Atos 1:8, não existe (ao menos no português) o imperativo "sejam minhas testemunhas". Portanto, não havia uma ordem a ser cumprida. 
Em segundo lugar, a culpabilidade como causa da perseguição. Esta "culpa" não está explicita no texto bíblico.

Percebam que a preocupação dos meus questionadores é legítima, visto que o texto bíblico não traz explicitadas tais afirmações, portanto, eu teria errado em mencionar o que não está no texto. Eu teria apenas dado como certo o que se baseia em minha pressuposição. Esse era o papel dos bereanos. E louvo a Deus por eles hoje.

Graças a tudo isso, eu tenho pesquisado estas passagens mais a fundo com o auxílio de bons comentários, livros de bons autores e ainda, conversando com pastores com muito mais vivência e conhecimento do que eu. Aliás, aconselho a todos que sobem nos púlpitos, que gastem muito tempo nos estudos, antes de pregarem seus sermões. Não que eu não tenha feito isso! Mas cheguei à conclusão de que um pastor, se deseja ser fiel à Palavra de Deus, não pode pregar todos os domingos seguidamente, a não ser que ele se dedique só ao estudo das Escrituras. Cuidado!

Em minhas pesquisas e conversas, cheguei a duas conclusões.

A primeira, sobre a conclusão que a perseguição foi o resultado da acomodação da primeira igreja, visto que lá não está explicito tal fato! Sabendo que Deus tem o controle sobre todas as coisas, e que Ele é o Senhor da Igreja, e que a Sua vontade é que o Evangelho do Reino seja pregado em todas as nações, então a perseguição que veio sobre a igreja de Atos, estava nos propósitos de Deus.

Ela não veio por ordem do diabo, nem pelo "livre arbítrio" humano, ainda que, motivados por seu pecado e  livre ação! Mas, tão somente, pela vontade soberana de Deus. Somente assim a Sua Palavra seria pregada em toda a Judéia e Samaria e alcançaria os confins da terra. 

Quando o Senhor Jesus avisou a Seus discípulos de que eles também seriam perseguidos e mortos, assim como Ele mesmo o foi, Ele estava afirmando que essa perseguição faz parte dos propósitos de Deus. Temos visto na história da Igreja, que os resultados das perseguições, traz crescimento, fortalecimento e a expansão do Reino de Deus.

Sobre a questão levantada quanto à existência do imperativo, da ordem de serem testemunhas em Atos 1:8, para mim ainda é claro, pois a ordem já havia sido dada pelo Senhor na Grande Comissão, e Lucas apenas estava reportando tudo o que o Senhor Jesus havia feito e falado anteriormente.

No entanto, se nos detivermos tão somente neste versículo de Atos e nos esquecermos do contexto maior (a ordem dada na Grande Comissão), mesmo que o verbo não esteja no “imperativo”, veremos que o “sereis minhas testemunhas” está no “futuro do presente”. Portanto, quando o Senhor Jesus diz a eles que serão Suas testemunhas, é tido como certo. É consequência natural, é fato consumado. Não é uma condicional, visto que, o que seria necessário para testemunharem com ousadia lhes seria dado de fato.

Para o Senhor Jesus, o "ser" testemunha, está intimamente ligado ao cumprimento de Sua promessa feita antes de Sua morte, que era a vinda do Consolador, do Espírito Santo. A força, o "dunamis" indispensável para o trabalho no Reino de Deus.

A segunda conclusão que cheguei, e isso ficou muito claro em conversa com pastores e pesquisas, é que toda essa questão da "causa" da perseguição, é periférica. Portanto, não haveria razão para a discórdia.

Resta então, e tão somente, fazermos o seguinte questionamento: "O que motivou a primeira igreja a testemunhar em Jerusalém e fora dela? O Poder que lhes tinha sido dado ao cumprir-se a promessa de Jesus em enviar o Espírito Santo? Ou a Perseguição?"

Então meus irmãos, o que nos motiva a obedecer a Deus?
- O Seu amor por nós?
- O Seu perdão pelos nossos pecados?
- A Sua misericórdia?
- A Sua mão sobre nós?
- As provações?
- As dificuldades da vida?

Acho que vale a pena refletirmos sobre isso.

Peço perdão ao Senhor e aos irmãos por falar baseado em minhas motivações, por tentar enxergar o que não é claro e por dizer o que não me foi autorizado a dizer.

Ainda assim, vejo uma igreja acomodada, envolta em seus sistemas e métodos humanos, e desalinhada com a simplicidade do Evangelho. Todos nós carecemos de  retornar à Sã Doutrina e à obediência.

Um forte abraço a todos.
Pr.Cefas Cesar/IEADA/EXTREMOZ

Nenhum comentário:

Postar um comentário